Testando táticas "ultrapassadas" no Valência - FM 2022
Como já estou com uma carreira longa em andamento no FM 2021 e o FM 2022 está prestes a ser lançado, decidi pensar em uma proposta de carreira para ser iniciada logo que o jogo novo lançar.
Eu já vinha querendo fazer uma carreira com táticas consideradas ultrapassadas faz algum tempo. E por táticas ultrapassadas entende-se aquelas que caíram em descrédito ou são utilizadas apenas em algumas situações específicas de jogo.
A primeira delas é o tradicional "4-4-2 quadrado" que reinou em várias equipes do futebol mundial na década de 90 e teve sua "queda" com a seleção brasileira na copa de 2006. Uma das maiores seleções brasileiras da história (no papel) utilizava essa formação: Dida, Cafu, Juan, Lúcio, Roberto Carlos, Gilberto Silva, Zé Roberto, Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo.
Espaço excessivo no corredor e consequentemente a exposição dos laterais ao mano a mano, o espaço entre as faixas do campo foram apenas alguns dos argumentos utilizados para "aposentar" o 4-4-2 quadrado (lembrando que nada no futebol se aposenta e daqui a pouco o esquema pode voltar com outro nome e adaptações). Mas fato é que após 2006 paramos de ver aquela formação clássica dos anos 90 que tinha a defesa composta por um goleiro que defendia muito, mas era ruim com a bola no pé, o clássico lateral direito marcador e limitado tecnicamente, um zagueiro brucutu espanador que vai à caça do atacante jogando ao lado de um zagueiro classudo com bom tempo de bola fazendo as coberturas, fechando a linha com aquele lateral esquerdo apoiador de bola qualidade técnica. No meio o cão de guarda destruidor ao lado de um volante de maior qualidade e chegada, o meia esquerda craque e desequilibrante, meia direita artilheiro e cobrador de falta (às o craque era destro e o artilheiro canhoto). No ataque um atacante habilidoso, rápido, caindo dos lados, chato de ser marcado e o camisa nove matador que podia ser grandão, baixinho, magro ou pesado, caneludo ou com alguma técnica, o importante era saber fazer gol.
O segundo esquema que será usado também será um 4-4-2, só que o losango. Na verdade ele será a tática principal do time, também por um motivo histórico do Valência. Foi essa formação a base do time campeão espanhol e duas vezes vice-campeão europeu.
![]() |
Fonte: Imortais do futebol |
O 4-4-2 losango não caiu esquecimento tanto quanto o quadrado, sendo usado por Zidane em alguns momentos no Real Madrid campeão da Champions, ainda é usado frequentemente por times menores na Itália e Argentina, mas não tem mais adesão em larga escala na elite do futebol. Também foi um esquema que fez parte de grandes times vencedores do futebol mundial. Do Boca dono da América de Carlos Bianchi ao Milan de Ancelotti (que utilizava a formação quando optava por jogar com Shevchenko ao lado de Inzaghi, em algumas oportunidades se alternava com 4-5-1 conhecido como árvore de natal, que tinha composição defensiva semelhante ao losango com a substituição do segundo atacante por mais um meia que por vezes se unia ao ataque).
O 4-4-2 losango foi uma evolução às dificuldades defensivas do 4-4-2 quadrado assim que os pontas ganharam protagonismo e passaram participar de todas as fases do jogo. Os três volantes aproximavam mais as linhas de marcação e davam mais suporte aos laterais, e auxiliava a criação vinda de trás com os volantes dos lados também sendo responsáveis pela transição e parte da construção, mas ainda assim é um esquema depende muito da qualidade do trio ofensivo, em especial do camisa 10, que na Itália aparecia na figura do Trequartista, na Argentina com o Enganche e trouxe ao mundo em figuras como Totti e Riquelme. No Valência histórico, Aimar cumpriu muito bem essa função. Nos times ao redor que triunfaram com essa formação é quase regra a presença desse camisa diferenciado.
O terceiro esquema é o 4-3-3 que a princípio não entraria na classe do ultrapassado, até porque atualmente ainda se joga com essa formação. Mas aqui o esquema retratado terá as características década de 90, início dos anos 2000. Nele os jogadores abertos são jogadores de ataque, sem compromisso defensivo. A turma do antigo Winning Eleven (que depois virou PES) vai lembrar dessa formação, onde Roberto Carlos era constantemente escalado como atacante.
No Brasil, o Corinthians de 2002 treinado por Parreira, que ficou conhecido como "o melhor lado de esquerdo do mundo" também jogava assim.
A diferença além dos dois volantes no meio e a liberdade ao camisa 10, se dá também na função dos pontas, que como já foi dito eram atacantes abertos e pouco (ou nada) contribuíam na defesa.
Outra motivação para essa carreira foi a minha observação de que a própria evolução do Football Manager tem valorizado mais esquemas modernos, marcação pressão, tik-taka, linhas altas, perde e pressiona, entre outros. Tem sido cada vez mais difícil conseguir bons resultados no jogo com esquemas sem tanta intensidade, linhas baixas e ritmo cadenciado. Assim, o objetivo do save é tentar ir bem com táticas que eram sucesso duas décadas atrás. Sendo fiel as características das posições e ritmo da época, é tentar provar que ainda dá para jogar com o esquema "das antigas".
A escolha do Valência se dá pela ausência em competições europeias e talvez uma exigência inicial não muito alta, o que talvez ofereça um tempo para desenvolver melhor a ideia. Também por entender que dá para montar um time competitivo, já que não seria justo com as táticas pegar times sem nenhuma qualidade. Também não quis pegar times gigantes para que a qualidade muito superior dos seus jogadores suprisse as deficiências táticas.
Além de todo o citado no texto, acho o Valência um clube muito interessante, identificado com a comunidade da qual faz parte, com um estádio histórico, com cara de Copa Libertadores e sempre teve bons jogadores sulamericanos em seus times.
Agora é só aguardar o lançamento do jogo.